Arts and Humanities Literature and Literary Theory

Literature, Culture, and Criticism

Description

This cluster of papers covers a wide range of topics related to Lusophone studies, including literature, culture, postcolonialism, identity, and the historical connections between Brazil, Portugal, and African countries. It explores the impact of colonialism, the representation of Lusophone identities, and the cultural exchanges within the Portuguese-speaking world.

Keywords

Lusophone; Literature; Culture; Postcolonial; Identity; Brazil; Portuguese; Colonialism; Africa; History

RESUMO: O presente estudo tem como objetivo explorar o tecido narrativo da obra A hora da estrela de Clarice Lispector no intuito de investigar, por meio da historia de Macabea … RESUMO: O presente estudo tem como objetivo explorar o tecido narrativo da obra A hora da estrela de Clarice Lispector no intuito de investigar, por meio da historia de Macabea – nordestina retirante e desajustada em seu novo lar, a linguagem narrativa contemporânea e suas inovacoes esteticas no dialogo entre autor/ narrador/ personagem e leitor. Analisar recursos como a ironia e a parodia na apresentacao da condicao sociocultural do perfil feminino estereotipado, principalmente na personagem Macabea que vive sob a hegemonia da sociedade patriarcal, bem como a condicao de marginalidade da mesma conforme pressupostos de Elias e Scotson em Os estabelecidos e os outsiders. Nesse sentido, estudar-se-a a animalizacao do ser humano, pois este fenomeno reforca a condicao de miseria e preconceito em relacao ao povo nordestino. No decorrer da obra ocorre a desconstrucao da personagem Macabea, representante do migrante em busca de seu lugar na sociedade, mas que e sufocado pelo meio urbano industrializado. Clarice Lispector foi muitas vezes questionada por nao retratar a realidade brasileira em suas obras. A escritora responde a todas as criticas com esse texto genial, de carater historico-social, retratando o sofrimento do nordestino em busca de melhores condicoes de vida. Como embasamento teorico tem-se as vozes de Cândido, Bosi, Guidin, Campedelli e Abdala Jr, dentre outros escritores. Destaque especial para a intertextualidade que ocorre entre a A hora da estrela e obras de Cândido Portinari.
O presente artigo discute os conceitos de literatura negra e literatura afro-brasileira a partir das reflexoes existentes em nossa historia e critica literarias, tomando como referencia a producao de autores … O presente artigo discute os conceitos de literatura negra e literatura afro-brasileira a partir das reflexoes existentes em nossa historia e critica literarias, tomando como referencia a producao de autores afrodescendentes dos seculos XIX e XX. Em seguida, busca estabelecer um conjunto de elementos que, uma vez reunidos, possam estabelecer parâmetros de distincao que estabelecam a especificidade da literatura afro-brasileira frente a literatura brasileira tout court. Abstract : The present article debates the concepts of black literature and afro-brazilian literature from the existent debates in our history and literary critics. Taking as a reference the production of afro-descendent authors from the XIX and XX centuries. Also, tries to estabilish a group of elements that, once reunited, may present references of distinction that provides the especificity of the afro-brazilian literature along with the brazilian “tout court” literature. Keywords : Literature; ethnicity; Afro-Brasilian-Mind Eduardo de Assis Duarte  e professor Colaborador do Programa de Pos-graduacao em Letras (Estudos Literarios) da UFMG.
When lives are dominated by hunger, what becomes of love? When assaulted by daily acts of violence and untimely death, what happens to trust? Set in the lands of Northeast … When lives are dominated by hunger, what becomes of love? When assaulted by daily acts of violence and untimely death, what happens to trust? Set in the lands of Northeast Brazil, this is an account of the everyday experience of scarcity, sickness and death that centres on the lives of the women and children of a hillside "favela". Bringing her readers to the impoverished slopes above the modern plantation town of Bom Jesus de Mata, where she has worked on and off for 25 years, Nancy Scheper-Hughes follows three generations of shantytown women as they struggle to survive through hard work, cunning and triage. It is a story of class relations told at the most basic level of bodies, emotions, desires and needs. Most disturbing - and controversial - is her finding that mother love, as conventionally understood, is something of a bourgeois myth, a luxury for those who can reasonably expect, as these women cannot, that their infants will live.
discussões acerca da abolição. discussões acerca da abolição.
A note on orthography 1. Directions 2. Into the middle of a competitive social order 3. Shifting hierarchies 4. Struggling and aspiring 5. Keeping up appearances 6. Approaching the people … A note on orthography 1. Directions 2. Into the middle of a competitive social order 3. Shifting hierarchies 4. Struggling and aspiring 5. Keeping up appearances 6. Approaching the people 7. Collaboration and indifference 8. Marginalized in the middle of electoral populism 9. Apolitical politics 10. Reflections Abbreviations Notes References Index.
List of illustrations List of maps and figures Preface Acknowledgements A note on Brazilian Portuguese orthography and usage 1. Rio de Janeiro: capital of the Brazilian nineteenth century 2. Formal … List of illustrations List of maps and figures Preface Acknowledgements A note on Brazilian Portuguese orthography and usage 1. Rio de Janeiro: capital of the Brazilian nineteenth century 2. Formal institutions of the elite 3. The salon and the emergence of high society 4. Domestic institutions of the elite 5. The rise of consumer fetishism 6. The literary belle epoque in Rio: the end of the Brazilian nineteenth century Conclusion Appendix: defining the elite Notes Bibliography Index.
Era dos Extremos: o Breve Seculo XX (1914-1991). Sao Paulo, Companhia das Letras, 2003, 598 p. Era dos Extremos: o Breve Seculo XX (1914-1991). Sao Paulo, Companhia das Letras, 2003, 598 p.
Brazilian culture - nationalism by elimination misplaced ideas - literature and society in late-19th-century Brazil beware of alien ideologies the importing of the novel to Brazil and its contradictions in … Brazilian culture - nationalism by elimination misplaced ideas - literature and society in late-19th-century Brazil beware of alien ideologies the importing of the novel to Brazil and its contradictions in the work of Alencar Machado de Assis - a biographical sketch complex, modern, national and negative the poor woman and her portraitist Who Can Tell Me That This Character is Not Brazil? the cart, the tram and the modernist poet culture and politics in Brazil, 1964-1969 cinema and The Guns on A Man Marked Out To Die is there a Third World aesthetic? Anatol Rosenfeld, a foreign intellectual a historic landmark Chico Buarque's new novel.
MILLS, Charles Wright (2009). Sobre o artesanato intelectual e outros ensaios. Rio de Janeiro: Zahar. p. 21 – 61 MILLS, Charles Wright (2009). Sobre o artesanato intelectual e outros ensaios. Rio de Janeiro: Zahar. p. 21 – 61
Resenha de: Schwarcz, L. M. (2019). Sobre o autoritarismo brasileiro. São Paulo, SP: Companhia das Letras. Resenha de: Schwarcz, L. M. (2019). Sobre o autoritarismo brasileiro. São Paulo, SP: Companhia das Letras.
O texto elabora uma reflexão crítica acerca do documentário A morte branca do feiticeiro negro (2020), de Rodrigo Ribeiro, buscando evidenciar a potência testemunhal de uma carta de suicídio escrita … O texto elabora uma reflexão crítica acerca do documentário A morte branca do feiticeiro negro (2020), de Rodrigo Ribeiro, buscando evidenciar a potência testemunhal de uma carta de suicídio escrita em 1861 por um homem negro escravizado. A escritura fílmica confere a esse documento a força de um grito que faz ecoar a dor, o sofrimento, o dizer e o rosto dos negros escravizados. Silenciados pela aniquilação da memória de sua existência e da dignidade que os tornam humanos e enlutáveis, a narrativa nos oferece a chance de produzir uma resposta à enunciação da violência pelos “sem nome” da história. A sobrevivência das palavras registradas nesse documento histórico reabre as chagas mais profundas da história secular do genocídio do povo negro no Brasil.
Resenha do livro:
 FERNANDES, Florestan. O negro no mundo dos brancos. Difusäo Europeia do Livro. Säo Paulo, 1972. 283 päg. Resenha do livro:
 FERNANDES, Florestan. O negro no mundo dos brancos. Difusäo Europeia do Livro. Säo Paulo, 1972. 283 päg.
Constantin Ivanov | Philobiblon Transylvanian Journal of Multidisciplinary Research in Humanities
Maria Lúcia Outeiro Fernandes | ITINERÁRIOS – Revista de Literatura
Em sua homenagem a Helder Macedo, a autora aborda primeiramente alguns aspectos relevantes da trajetória acadêmica do escritor, destacando a sua importância para a área de Estudos Literários. Em seguida, … Em sua homenagem a Helder Macedo, a autora aborda primeiramente alguns aspectos relevantes da trajetória acadêmica do escritor, destacando a sua importância para a área de Estudos Literários. Em seguida, detém-se na análise da contribuição do homenageado, como leitor e crítico do poeta Cesário Verde, ao abordar a sua postura político-ideológica, o método de criação e composição, e a antinomia presente na obra cesariana entre a cidade e o campo. Conclui mostrando que a análise crítica empreendida por Helder Macedo é relevante para se compreender a sensibilidade de Cesário Verde, que manifesta uma singular revolta moral contra as injustiças sociais e uma inequívoca condenação delas.
Nayara Meneguetti Pires | ITINERÁRIOS – Revista de Literatura
A obra de Helder Macedo – ensaística, romanesca, poética –, possui, em cada uma delas, ecos das demais. Há tempos a crítica especializada já notou reincidências, sejam elas temáticas – … A obra de Helder Macedo – ensaística, romanesca, poética –, possui, em cada uma delas, ecos das demais. Há tempos a crítica especializada já notou reincidências, sejam elas temáticas – como o sonho e as fronteiras –, intertextuais – invocando seus autores de eleição, como é o caso de Almeida Garrett e Machado de Assis – ou metaficcionais – incentivando questionamentos acerca da autoria ou dos limites entre o real e a ficção, por exemplo. Tais cismas evidenciam o fato de que as obras de arte não estão fechadas em si mesmas e que as muitas faces de um autor não funcionam em compartimentos estanques, alijadas umas das outras. Por isso, muitas vezes, no trabalho analítico, é preciso ir para além do texto que nos é apresentado se desejamos nadar em águas mais profundas, necessidade que se torna muito mais grave em uma obra tão autorreferente como a macediana. Objetiva-se, portanto, contribuir para compreensão da obra de Helder Macedo por meio dos ensaios que dedica a seus autores de eleição e com os quais mantém constante diálogo – tanto nos romances, quanto na poesia –, pontuando como suas escolhas intertextuais não são meros fatos estéticos, mas o posicionamento ético e político de seu autor.
Jorge Vicente Valentim | ITINERÁRIOS – Revista de Literatura
A presente comunicação tem como foco principal tecer algumas reflexões em torno do trabalho ensaístico do poeta e escritor português Helder Macedo, tomando como ponto de partida o seu reiterado … A presente comunicação tem como foco principal tecer algumas reflexões em torno do trabalho ensaístico do poeta e escritor português Helder Macedo, tomando como ponto de partida o seu reiterado interesse pela obra Menina e moça, de Bernardim Ribeiro. A partir da concepção da categoria genológica do “ensaio”, tal como delineada por Eduardo Prado Coelho (1997) e João Barrento (2010), pretendemos demonstrar como a mão do ensaísmo macediano encontra na poética bernardiniana um ponto de sedução e de diálogo com o seu projeto criador, sublinhando, sobretudo, a análise efetuada por ele efetuada no estudo em destaque (Macedo, 1998).
Camila da Silva Alavarce | ITINERÁRIOS – Revista de Literatura
O presente artigo centraliza a presença do masculino na novela A Hora da Estrela (1977), de Clarice Lispector. Ao observar-se que o narrador é um escritor, Rodrigo S. M., que … O presente artigo centraliza a presença do masculino na novela A Hora da Estrela (1977), de Clarice Lispector. Ao observar-se que o narrador é um escritor, Rodrigo S. M., que se defronta com o mistério de Macabéa e tenta descrevê-lo, parte-se do olhar do masculino para o feminino. A partir disso, o objetivo será descrever como se dão as interações das personagens masculinas com a protagonista Macabéa, considerando entre elas, o narrador-personagem. Para isso, lança-se mão da teoria de performance de gênero, de Judith Butler, das teorias de Stuart Hall sobre a identidade e de alguns conceitos de Bourdieu acerca da masculinidade. Como resultado, demonstra-se que a os estereótipos de gênero estão imbricadas nas relações de Macabéa com o Outro.
Ao tomar cosmovisões africanas como o tempo espiralar e a ancestralidade (Martins, 2021), entendendo a literatura comparada como princípio crítico de análise, este artigo propõe o cotejo entre dois poemas … Ao tomar cosmovisões africanas como o tempo espiralar e a ancestralidade (Martins, 2021), entendendo a literatura comparada como princípio crítico de análise, este artigo propõe o cotejo entre dois poemas de poetas afro-hispânicos, Cuando yo vine a este mundo (1947), de Nicolás Guillén, e Un mundo sin miedo (2007), de Shirley Campbell Barr. A palavra “mundo”, que se faz presente em ambas tessituras, convida-nos a pensar no ‘espaçotempo’ disponível para um corpo negro, em que cada eu-lírico submete os versos a si mesmo e aos seus semelhantes, como uma possível prática escrevivente (Evaristo, 2020). Ambas diegeses são lidas à luz do Afropessimismo e do Afrofuturismo (Freitas; Messias, 2018), sublinhando-as como construtos que lidam com a herança colonial escravocrata de formas singulares.
Trata-se de uma resenha crítica de: CAMARGO, Oswaldo de. 30 poemas de um negro brasileiro. 1 ed. São Paulo, SP: Companhia das Letras, 2022. Trata-se de uma resenha crítica de: CAMARGO, Oswaldo de. 30 poemas de um negro brasileiro. 1 ed. São Paulo, SP: Companhia das Letras, 2022.
Este artigo discorre sobre as influências que o movimento romântico teve sobre a obra de Karen Blixen (1885-1962), que consta entre os principais autores da literatura dinamarquesa. A partir de … Este artigo discorre sobre as influências que o movimento romântico teve sobre a obra de Karen Blixen (1885-1962), que consta entre os principais autores da literatura dinamarquesa. A partir de uma análise da personagem Jonathan Maersk, da novela “The Deluge at Norderney”, o artigo pensará em como essa autora alimenta-se da fonte do romantismo, porém atualiza e modifica suas ideias de modo original. Jonathan é uma personagem tipicamente romântica em muitos sentidos e entra em crise de identidade por ter virado um “homem da moda”. Parte em busca de sua essência, porém no caminho só encontra mais dúvidas a respeito de sua identidade. Sua solução se dá não ao encontrar sua verdade interior, mas ao assumir uma máscara para si, encontrando nas mentiras e na falsidade um lugar em que pode ser livre.
Este artigo propõe uma leitura de trechos de cartas – algumas editadas, outras inéditas – escritas por João Cabral de Melo Neto e enviadas para Lauro Escorel, Rubem Braga, Carlos … Este artigo propõe uma leitura de trechos de cartas – algumas editadas, outras inéditas – escritas por João Cabral de Melo Neto e enviadas para Lauro Escorel, Rubem Braga, Carlos Drummond de Andrade e Daniel Joaquim Pereira. A principal questão a ser tratada neste estudo é o modo como Cabral se apresenta, em sua correspondência, como um escritor de cartas “antiepistolar”. Partindo de uma contradição entre o que o poeta declara, ao manifestar, repetidas vezes, seu “nenhum gosto por escrever cartas”, e os seus gestos – especialmente os de guarda e destinação de sua correspondência ativa a um arquivo público –, o artigo busca mostrar como ocorrem, não somente a nível dos gestos, mas também no texto cabralino, aspectos que tensionam a chave “antiepistolar” – que poderia ser tomada como análoga ao “antilirismo” que Cabral propõe como dicção poética própria.
O presente artigo pretende estabelecer um diálogo interpretativo entre as protagonistas do romance Ponciá Vicêncio (2003) e do conto “Luamanda”, de Olhos d’água (2014), de Conceição Evaristo. A escritora constitui-se … O presente artigo pretende estabelecer um diálogo interpretativo entre as protagonistas do romance Ponciá Vicêncio (2003) e do conto “Luamanda”, de Olhos d’água (2014), de Conceição Evaristo. A escritora constitui-se como uma das vozes pungentes da literatura afro-brasileira, conferindo protagonismo à trajetória das mulheres negras. As existências das suas personagens inscrevem-se sob a experiência da contradição (Souza, 2022), visto que oscilam entre os valores da hegemonia branca e o legado da ancestralidade negra. Ponciá Vicêncio e Luamanda perfazem experiências de dor e de alegria, de violência e de amor na busca, respectivamente, de recuperar as suas origens e de afirmar a dimensão do desejo em seu corpo.
Um dos problemas da psicologia hegemônica é a análise individual para os problemas sociais. E um dos problemas da recepção literária de grupos minorizados é a análise que se reduz … Um dos problemas da psicologia hegemônica é a análise individual para os problemas sociais. E um dos problemas da recepção literária de grupos minorizados é a análise que se reduz a dimensão sociológica, desconsiderando o interesse estético da obra. A fim de oferecer um contraponto a esses dois problemas, este artigo objetiva enfatizar a subjetividade e a criação poética de Carolina de Jesus em detrimento das discussões sociológicas que ela suscita devido ao caráter testemunhal da sua obra, o que não exclui a importância do âmbito social para a presente pesquisa. Pensando nisso, este artigo visa somar a interpretação sociológica e descolonial à interpretação psicanalítica, para que, a partir disso, seja possível refletir sobre a obra de Carolina para além das questões sociais, mas sem individualizar a abordagem. O conceito de pretuguês de Lélia Gonzalez é um ponto de partida para a reflexão proposta aqui.
Publicado em 2022, 30 poemas de um negro brasileiro é uma edição ampliada de 15 poemas negros, de Oswaldo de Camargo, lançado em 1961, tornando-se uma referência da poesia negra … Publicado em 2022, 30 poemas de um negro brasileiro é uma edição ampliada de 15 poemas negros, de Oswaldo de Camargo, lançado em 1961, tornando-se uma referência da poesia negra brasileira. A resenha crítica apresenta apontamentos sobre alguns poemas e a relação do poeta com o associativismo negro da época.
Resenha do romance Búfalos selvagens (2024), de Ana Paula Maia. Resenha do romance Búfalos selvagens (2024), de Ana Paula Maia.
O final dos anos 1990 compeliu a crítica literária a analisar a produção poética do período para buscar um prognóstico sobre o que esperar da poesia no novo milênio. Tais … O final dos anos 1990 compeliu a crítica literária a analisar a produção poética do período para buscar um prognóstico sobre o que esperar da poesia no novo milênio. Tais análises revelaram uma poesia que se mostrava plural e heterogênea, embora não houvesse consenso avaliativo sobre seus sentidos e potencialidades. Em paralelo, a produção poética proveniente das periferias deixou patente o caráter excludente do campo literário, o que abriu caminhos à produção do século XXI. Sendo assim, o presente artigo visa oferecer alguns contornos da crítica do período e abordar certos impasses a que se viu submetida.
A partir da análise de Macabéa, Flor de Mulungu de Conceição Evaristo, o artigo vai analisar como, através da linguagem e do conceito de ‘escrevivência’, Evaristo constrói a subjetividade de … A partir da análise de Macabéa, Flor de Mulungu de Conceição Evaristo, o artigo vai analisar como, através da linguagem e do conceito de ‘escrevivência’, Evaristo constrói a subjetividade de Macabéa e a faz ressurgir a partir do seu lugar de subalternidade. Respondendo à escritora Clarice Lispector, que dá o ponto de partida na denúncia do racismo e dos ideais da branquitude, Conceição reescreve a personagem de A Hora da Estrela, narrada por um homem branco e carioca, Rodrigo S. M. Temas esses pouco conhecidos na época da ditadura militar num país que acreditava no mito da democracia racial. Partindo de um referencial teórico de mulheres negras: Gonzalez (1984, 1988), Santos (2021) Spivak (2018) Lugones (2010), a ideia é mostrar como a personagem ressurge após 35 anos, tendo em vista as inúmeras transformações sociais ocorridas no Brasil, como a Constituição de 1988, e os seus desdobramentos a partir de então.
O presente estudo pretende analisar a obra Adua (2018), de Igiaba Scego, verificando como diferentes personagens infantis e juvenis do romance vivenciam a experiência diaspórica no período moderno. A partir … O presente estudo pretende analisar a obra Adua (2018), de Igiaba Scego, verificando como diferentes personagens infantis e juvenis do romance vivenciam a experiência diaspórica no período moderno. A partir de teorias que versam sobre a imigração e exílio e a dominação masculina sobre os corpos femininos, este artigo debate diferentes opressões vivenciadas pelas personagens da obra de Scego que as posicionam como sujeitos minorizados. Perpassando temas como a imigração motivada pela busca de melhores condições de vida, a fuga de conflitos políticos e o tráfico sexual infantil, estudam-se diferentes facetas da diáspora e processos de acolhida no local de destino. Por se tratar de personagens infantis, destaca-se a negação das infâncias no contexto migratório que não se limita ao literário, mas é uma questão tangível na realidade.
A história da emancipação política, social e cultural das mulheres é ainda muito recente e sua produção literária deve ser pesquisada e divulgada, já que muitas delas ficaram à margem … A história da emancipação política, social e cultural das mulheres é ainda muito recente e sua produção literária deve ser pesquisada e divulgada, já que muitas delas ficaram à margem do cânone literário brasileiro. A literatura escrita por mulheres, principalmente as negras, merece atenção constante dos pesquisadores, pois revela aos leitores uma maneira diferenciada de as mulheres atuarem no mundo e perceberem a realidade social que as envolve. Este trabalho tem por objetivo, portanto, discutir essas questões sob o ponto de vista feminino e analisar a ficção como forma de resistência das mulheres. Para tanto, utilizou-se o método bibliográfico, dedutivo e analítico, com base nos estudos sociológicos e de gênero, a partir de Djamila Ribeiro, Bell Hooks, Angela Davis e Sueli Carneiro.
O presente artigo tem por objetivo principal fazer um estudo breve da poesia de Carlos de Assumpção (1927). Graças ao trabalho do professor e poeta Alberto Pucheu, que organizou e … O presente artigo tem por objetivo principal fazer um estudo breve da poesia de Carlos de Assumpção (1927). Graças ao trabalho do professor e poeta Alberto Pucheu, que organizou e se encarregou do posfácio da publicação que reuniu os poemas de Assumpção em Não pararei de gritar (Companhia das Letras, 2020), mais leitores passaram a conhecer o trabalho do poeta. Os poemas selecionados para serem analisados neste artigo versam sobre preconceito racial e valores culturais ligados à ancestralidade por meio da imagem do tambor, instrumento musical que reflete a luta do povo negro. Além disso, este estudo tem o objetivo de promover uma leitura do estilo e da estrutura poética do trabalho poético de Assumpção na medida em que os elementos estilísticos de seus textos são identificados no decorrer da leitura.
Este artigo apresenta um estudo crítico da poesia de Juliana Sankofa. Partindo inicialmente da fundamentação do materialismo cultural e do conceito de escrevivência, a hipótese que direcionou a abordagem é … Este artigo apresenta um estudo crítico da poesia de Juliana Sankofa. Partindo inicialmente da fundamentação do materialismo cultural e do conceito de escrevivência, a hipótese que direcionou a abordagem é a de que é possível identificar um movimento reflexivo em direção a um projeto de identidade poética, com a construção de um eu-lírico racializado e uma linguagem lírica que, inseridos no campo da literatura negro-brasileira, operam enfrentamentos ideológicos e simbólicos. A construção da análise tem como eixo quatro poemas de Juliana Sankofa — “Sutileza”, “Anúncio”, “Não mirem na cabeça” e “Corpo-África” — a partir dos quais se busca discutir a atitude lírica nos recursos poéticos e estratégias discursivas frente à tematização de questões de relações de trabalho, epistemicídio e ancestralidade afrodiaspórica.
Este artigo deseja analisar as maneiras com as quais os processos de estetização, como definidos por Josefina Ludmer em suas teorizações sobre a pós-autonomia do campo da literatura, influenciam a … Este artigo deseja analisar as maneiras com as quais os processos de estetização, como definidos por Josefina Ludmer em suas teorizações sobre a pós-autonomia do campo da literatura, influenciam a recepção de A história secreta (1992), romance de estreia da autora estado-unidense Donna Tartt. Levando em conta a influência ainda presente da obra, visamos entender como os parâmetros que marcaram a primeira resposta ao livro resultaram em um ressurgimento da obra dentro do movimento imagético presente nas redes sociais chamado de “dark academia”, entendendo também como as formas anestéticas, pautadas por Susan Buck-Morss, dão o entendimento atual do livro de Tartt, assim como ilustram a visão contemporânea de um campo literário pós-autônomo que deseja mascarar suas influências mercadológicas.
O presente trabalho propõe-se a interpretar a narrativa do romance Os Pretos de Pousaflores (2023) de Aida Gomes através de uma perspetiva pós-colonial, examinando questões fundamentais presentes na obra, como … O presente trabalho propõe-se a interpretar a narrativa do romance Os Pretos de Pousaflores (2023) de Aida Gomes através de uma perspetiva pós-colonial, examinando questões fundamentais presentes na obra, como o Estado-nação, a narrativa e as memórias traumáticas. Alicerçado nos estudos pós-coloniais, da memória, da narratologia e dos feminismos – particularmente nas teorias de Homi Bhabha (2005), Pierre Nora (1993), Ruth Page (2006), Walter Benjamin (1987) e Paul Ricoeur (2012) – este artigo visa evidenciar os valores estéticos, sociológicos e historiográficos do romance. Pretende-se, assim, contribuir para a visibilidade da literatura afrodiaspórica de língua portuguesa e estimular reflexões mais amplas sobre temas prementes no debate público contemporâneo, centrados no deslocamento, na imigração e na diáspora.
Objetivamos mostrar que a poesia lírica de Conceição Evaristo tem marcas de seu lugar de fala, uma mulher negra na vida social do Brasil contemporâneo; ou seja, sua poesia é … Objetivamos mostrar que a poesia lírica de Conceição Evaristo tem marcas de seu lugar de fala, uma mulher negra na vida social do Brasil contemporâneo; ou seja, sua poesia é perpassada por questões que envolvem a autoria negra e feminina. Desse modo, no intuito de mostrar que a lírica de Evaristo promove o empoderamento da mulher negra, serão analisados dois poemas de sua autoria, quais sejam, “Eu-mulher” e “Vozes- Mulheres”. Como suporte teórico-metodológico, serão importantes as contribuições de Luiz Silva (Cuti) (2010), Zilá Bernd (1987) e Eduardo de Assis Duarte (2006).
Estudo da peça de Machado de Assis Tu só, tu, puro amor, a fim de caracterizar o “Camões de Machado de Assis”. O Camões de Machado não é ainda o … Estudo da peça de Machado de Assis Tu só, tu, puro amor, a fim de caracterizar o “Camões de Machado de Assis”. O Camões de Machado não é ainda o ilustre autor de Os Lusíadas; ele não é necessariamente o futuro autor do poema épico máximo da língua portuguesa, inscrito com honra na tradição da literatura ocidental, ombreando com os poemas homéricos, com Virgílio, Dante e Milton. O Camões de Machado, reitere-se, não é necessariamente o autor de Os Lusíadas.
Nosso texto tem como objetivo evidenciar como Luís de Camões é reconhecido entre poetas africanos. Conforme chama atenção o crítico literário moçambicano Francisco Noa, há na poesia moçambicana uma vertente … Nosso texto tem como objetivo evidenciar como Luís de Camões é reconhecido entre poetas africanos. Conforme chama atenção o crítico literário moçambicano Francisco Noa, há na poesia moçambicana uma vertente lírica que se estrutura em torno do Oceano Índico e da Ilha de Moçambique, por onde passaram Camões, Jorge de Sena e outros poetas. Dentre vozes poéticas moçambicanas que celebram Camões, lembramos Virgílio de Lemos, exímio cultor da poesia portuguesa, que escreveu inúmeros sonetos e odes a Camões. Rui Knopfli é outro grande poeta moçambicano, que, no poema “O Regresso dos Lusíadas”, efetua uma releitura crítica de Os Lusíadas. Abraçando, também, um viés de alegórica irreverência e subversão, encontramos poemas do moçambicano Luís Carlos Patraquim, contracenando, parodicamente, com versos de Camões. Por intermédio da errância, a poesia de Patraquim, na linha corrosiva inaugurada por Knopfli, impõe-se como uma contraviagem para desvendar algumas lacunas da história. Não poderíamos deixar de mencionar o grande poeta José Craveirinha, o “Camões da Mafalala”, assim designado pelo escritor Mia Couto, em 1991, não só por ter vencido o Prêmio Camões e nunca ter saído do bairro periférico da Mafalala, mas pela sedução e clandestinidade com que soube mesclar a oralidade das palavras rongas da língua da mãe negra ao idioma português herdado do pai algarvio que o introduziu nas rimas de poetas portugueses, entre os quais Camões, a quem admirou e de quem soube captar o método de criar sonetos. Por fim, fazemos referência ao poema anti-épico As Quybyrycas, de Frey Ioannes Garabatus.
O artigo, após um sucinto esboço biográfico de Luís de Camões, trata da presença do poeta e do homem no advento do seu quinto centenário, da sua importância como fundador … O artigo, após um sucinto esboço biográfico de Luís de Camões, trata da presença do poeta e do homem no advento do seu quinto centenário, da sua importância como fundador da moderna língua literária portuguesa, das vicissitudes da recepção de sua obra nos países lusófonos e em todo o mundo, da sua centralidade no gênero épico na literatura ocidental, e da sua inabalável permanência.
Kenneth David Jackson | Convergência Lusíada
Camões coloca perguntas sem respostas ao longo de toda a sua obra poética, sejam retóricas ou metafísicas. Por meio de um questionamento rigoroso e direto, essas perguntas iluminam o dilema … Camões coloca perguntas sem respostas ao longo de toda a sua obra poética, sejam retóricas ou metafísicas. Por meio de um questionamento rigoroso e direto, essas perguntas iluminam o dilema existencial, o estado de espírito, o pensamento e os paradoxos da época de viagens marítimas, do desconcerto de um mundo deslocado e da futilidade de qualquer esperança de contentamento. Ao questionar a possibilidade da existência da poesia em terras estranhas, Camões reforça a necessidade de sua presença, dos seus ideais duradouros e da persistência do fazer poético.
Este texto explora o “retorno do épico” na Literatura Portuguesa contemporânea, com destaque para Uma viagem à Índia, de Gonçalo M. Tavares, uma releitura de Os Lusíadas. A obra reconfigura … Este texto explora o “retorno do épico” na Literatura Portuguesa contemporânea, com destaque para Uma viagem à Índia, de Gonçalo M. Tavares, uma releitura de Os Lusíadas. A obra reconfigura o épico clássico ao substituir o herói coletivo pelo indivíduo, enfatizando a mitologia e a subjetividade em detrimento da história. O protagonista, Bloom, simboliza uma ponte entre tradição e modernidade, dialogando com figuras como Leopold Bloom (Ulysses) e Harold Bloom. Releituras de personagens e episódios, como Adamastor e Inês de Castro, revelam uma tensão entre permanência e transformação. O artigo culmina em um experimento de colagem literária, entrelaçando versos de Camões e Tavares, reafirmando a vitalidade do épico como espaço de reflexão estética e cultural no século XXI.
O artigo analisa como a figura e a obra de Camões são recuperadas no romance Os naufrágios de Camões (2022), de Mário Cláudio, tomando como estrutura articuladora os móbiles de … O artigo analisa como a figura e a obra de Camões são recuperadas no romance Os naufrágios de Camões (2022), de Mário Cláudio, tomando como estrutura articuladora os móbiles de Alexander Calder e os princípios que sustentam sua concepção: abertura, inacabamento e apelo à interação do fruidor. Esses valores parecem se traduzir em imagens e procedimentos, tanto na poesia camoniana como na apreensão ficcional que o romancista faz dela ao tomar o vate como personagem.
A atualidade dos textos antigos altera-se em função das circunstâncias de cada época. A esse propósito, a epopeia de Camões requer, nos nossos dias, um procedimento de indagação consistente e … A atualidade dos textos antigos altera-se em função das circunstâncias de cada época. A esse propósito, a epopeia de Camões requer, nos nossos dias, um procedimento de indagação consistente e sistemático. No presente artigo, dá-se início a essa mesma indagação, privilegiando justamente aquilo que no poema parece mais convencional: a intriga mitológica e os seus protagonistas.
Gilda Santos | Convergência Lusíada
Apresentação à Convergência Lusíada, nº especial comemorativo aos quinhentos anos de Camões Apresentação à Convergência Lusíada, nº especial comemorativo aos quinhentos anos de Camões
Como qualquer homem cultivado da sua época, Luís de Camões conhece e admira os Antigos e neles reencontra temas e perspectivas que pedem constante leitura. No entanto, a consciência de … Como qualquer homem cultivado da sua época, Luís de Camões conhece e admira os Antigos e neles reencontra temas e perspectivas que pedem constante leitura. No entanto, a consciência de viver novos tempos leva-o a não subordinar a sua admiração à reinstauração de ideais já vividos: as respostas que neles encontra não o satisfazem completamente, tanto no campo da ciência e da interpretação do mundo físico, como no da concepção do homem e da sociedade. À semelhança dos “rudos marinheiros” ou do “experto capitão” que n’Os Lusíadas observam realidades estranhas que não compreendem, mas que todavia sabem existir, também Camões afirma a verdade dos casos desencontrados da sua vida, em tudo diferente dos ensinamentos dos “antigos filósofos”. Nesta exposição, valoriza-se a integração da obra camoniana num momento crítico de articulação entre a consciência do valor do indivíduo e a dignificação da Poesia. A sistematização filosófica não oferece a Camões a unificação da experiência pessoal de forma a justificar o infortúnio pessoal: é a Poesia que lhe abre portas ao conhecimento da natureza humana, e impõe aos homens “de juízo mais inteiro” a coerência de atitudes complexas e até contraditórias.
A proposta de leitura do Canto IX de Os Lusíadas como peça nuclear do poema camoniano permite, senão inverter, de certo, tornar mais complexo o eixo ideológico do poema. Ao … A proposta de leitura do Canto IX de Os Lusíadas como peça nuclear do poema camoniano permite, senão inverter, de certo, tornar mais complexo o eixo ideológico do poema. Ao tomá-lo menos como louvação de uma conquista passada (que, afinal, por se incluir na dimensão do épico, ele não deixa de ser), esta perspectiva enfatiza o seu papel na celebração utópica de uma redentora harmonia que desse à História um outro destino assinalado pelo Amor.
Rita Marnoto | Convergência Lusíada
Este artigo detém-se sobre a associação entre erudição e experiência em Luís de Camões. Considera, pois, que a formação intelectual do poeta teria ocorrido no Mosteiro de Santa Cruz de … Este artigo detém-se sobre a associação entre erudição e experiência em Luís de Camões. Considera, pois, que a formação intelectual do poeta teria ocorrido no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, e que a sua estadia no Oriente teria sido estimulada por um forte desejo de indagar o mundo. Como exemplo, toma os seus conhecimentos acerca de uma planta culti- vada numa ilha das Molucas.
A presente análise parte de um episódio d’Os Lusíadas que se inicia no final do Canto VII, prolongando-se no Canto VIII. Trata-se nele da representação de figuras históricas, através da … A presente análise parte de um episódio d’Os Lusíadas que se inicia no final do Canto VII, prolongando-se no Canto VIII. Trata-se nele da representação de figuras históricas, através da dupla mediação da palavra e da pintura. A questão da composição de personagens é colocada no contexto cultural em que Os Lusíadas foram escritos e publicados, em conjugação com a sua estrutura e com o recurso à alegoria; neste caso, estão em causa as figuras de Adamastor e do Velho do Restelo. A matéria tratada tem em atenção que a construção e a ontologia da personagem na epopeia de Camões ocorrem antes da afirmação do romance, a partir do século XVIII.
O século XIX alçou a figura de Luís de Camões a um nível escultural, como já indicava Teófilo Braga antes ainda das comemorações do tricentenário. Desde Bocage e Garrett, diversos … O século XIX alçou a figura de Luís de Camões a um nível escultural, como já indicava Teófilo Braga antes ainda das comemorações do tricentenário. Desde Bocage e Garrett, diversos escritores buscaram se associar a esse poeta. Neste artigo, proponho-me a analisar alguns aspectos recorrentes que marcaram a construção desse ideal a partir de algumas construções ficcionais de Camões no romantismo português para examinar seu uso muito além de simples personagem escultural. Para isso, detenho-me em textos menos conhecidos hoje em dia, mas de grande divulgação em seu tempo. Trato de duas obras de António Feliciano de Castilho, de um poema da poetisa Maria Adelaide Fernandes Prata, além de uma narrativa de Alexandre Herculano. Assim, espero conseguir mostrar como se tornou recorrente a ideia de que para ser como Camões era necessário ter defendido e cantado a pátria. Isso impediria a associação plena de escritoras com o vulto camoniano. Por outro lado, permitiu que Herculano, por ter sido também soldado e poeta, cantasse e contasse Portugal em diferentes gêneros, com a liberdade estética que preconizava, associando a sua ima- gem à do autor d’Os Lusíadas, mesmo sem se referir diretamente a ele ou a sua obra.
Perante um debate ainda recorrente nos estudos feministas, a universalização da categoria mulher e a questão do sujeito do feminismo, a partir da Análise de Discurso materialista (AD), buscamos uma … Perante um debate ainda recorrente nos estudos feministas, a universalização da categoria mulher e a questão do sujeito do feminismo, a partir da Análise de Discurso materialista (AD), buscamos uma compreensão acerca da constituição da posição-sujeito mulher (e) negra a partir da produção audiovisual A vida e a história de Madam CJ Walker (2020). Os gestos de análise possibilitaram a compreensão de diferentes estruturas de opressão que tensionam as discursividades de gênero e raça no movimento de forja da posição-sujeito mulher-negra.
O presente artigo tem como objetivo tratar sobre o conceito de nostalgia de unidade e o sentimento do absurdo. Estes dois conceitos participam de forma fundamental do pensamento existencial do … O presente artigo tem como objetivo tratar sobre o conceito de nostalgia de unidade e o sentimento do absurdo. Estes dois conceitos participam de forma fundamental do pensamento existencial do filósofo franco-argelino Albert Camus. A partir da reflexão disposta por esses dois conceitos, buscamos responder a dois problemas que se apresentam: a) como se constitui a relação entre consciência e mundo fenomênico, e b) como a dinâmica do sentimento do absurdo e a unidade com o mundo formam uma leitura original do autor sobre questões clássicas da filosofia existencial. Justamente buscando responder essas questões, optamos por uma curadoria bibliográfica que se estende do texto O mito de Sísifo (1942) a obras secundárias e também textos de comentadores do autor.
O presente artigo elucida a institucionalização da religião umbanda branca como secularização e apropriação cultural no processo de industrialização do Brasil no início do século XX. Neste sentido, demonstraremos que, … O presente artigo elucida a institucionalização da religião umbanda branca como secularização e apropriação cultural no processo de industrialização do Brasil no início do século XX. Neste sentido, demonstraremos que, do ponto de vista histórico, a umbanda como prática religiosa é plural, definida a partir de uma disputa política entre grupos que a reivindicam como culto ancestral e grupos que a reivindicam como religião espírita. Este artigo também se propõe a demonstrar a linha tênue entre apropriação cultural e o silenciamento de cultos como as macumbas e as quimbandas, evidenciando o modo com que aspectos dos referenciados sistemas espirituais foram esvaziados e adaptados aos interesses da branquitude.
Com o advento do movimento feminista, iniciou-se uma luta para se reconstruir a história das mulheres e com ela erguer bases sólidas que mostrassem para a sociedade que a diferença … Com o advento do movimento feminista, iniciou-se uma luta para se reconstruir a história das mulheres e com ela erguer bases sólidas que mostrassem para a sociedade que a diferença entre homens e mulheres era uma construção sócio-histórica. Nosso artigo tem como objetivo apresentar algumas das narrativas mitológicas contidas na obra Metamorfoses, de Ovídio, as quais expõem alguma passagem na qual é possível identificar casos de violência sexual contra as mulheres, evidenciando a cultura do estupro; e tecer comentários sobre elas. Como base para as nossas reflexões, utilizamos como referencial teórico Malisse (2018), Lerner (2019), Frontis (2006), e Richlin (1992).
En el año 2022 María Fernanda Gárbero publicó Antígona Bel: uma peça pandêmica, una reescritura del mito ambientada en Rio de Janeiro. En el 2023 fue traducida al español por … En el año 2022 María Fernanda Gárbero publicó Antígona Bel: uma peça pandêmica, una reescritura del mito ambientada en Rio de Janeiro. En el 2023 fue traducida al español por la revista Acotaciones. En el año 2024 firma como Nanda Gárbero Corpos do drama (duas peças), que incluye Medeia do fim do mundo (peça em 2 atos) y A irmã de Antígona (nove cenas curtas). Nos planteamos analizar la resignificación de las dos piezas que componen Corpos do drama para determinar si estas perspectivas y la propia tradición clásica se reivindican, reaccionan o colisionan, qué valores se reproducen en este paratexto tan simbólico y analizar si su revisión y deconstrucción se debe a un oportuno discurso agotado o proporciona otras miradas más simbólicas que el estereotipo que representa.